terça-feira, setembro 03, 2013

Você é Anão

Finesse não é sua praia, você é bruto mesmo e não está nem aí pras boas maneiras. Claro que isso não significa que você é uma má pessoa: como Gimli, você tem um coração gigante, e no lugar certo!


terça-feira, dezembro 14, 2010

"Não devemos confundir as imagens de nossos sonhos com as da realidade que nos cerca. O menos que se pode esperar e exigir dum escritor é sinceridade, um olho lúcido para focar o nosso mundo de violências, desigualdades e absurdos. Mas por outro lado não devemos esquecer que tanto a poesia como a música ganham um realce extraordinário contra o sombrio pano de fundo da realidade."
Erico Lopes Verissimo (1905-1975)

terça-feira, novembro 16, 2010



Faltam poucos dias, pouco tempo...
Mas muito tempo passou...
O que é a existência humana, se não um peão nas mãos dos deuses em seu vasto tabuleiro?
Olá, amigos, esqueci de vós.
Alô, Alice, como estás?
E tu, Anna, também...
Além, é claro do meu caro amigo...
Amino.
Onde estive?
Por onde andei que não vi o tempo passar e ficarem longe de mim?

sexta-feira, abril 30, 2010

O ARQUIVO (Victor Giudice)



No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seus vencimentos.
joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe.
No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, podia pagar um aluguel menor.
Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição.
Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.
O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.
Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um pouco maior: dezessete por cento.
Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.
Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou.
Prosseguiu a luta.
Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.
joão preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas invejosos. Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não desistia. Passou a trabalhar mais duas horas diárias.
Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal.
Respirou descompassado.
— Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor.
joão baixou a cabeça em sinal de modéstia.
— Sabemos de todos os seus esforços. É nosso desejo dar-lhe uma prova substancial de nosso reconhecimento.
O coração parava.
— Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na reunião de ontem, rebaixá-lo de posto.
A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam.
— De hoje em diante, o senhor passará a auxiliar de contabilidade, com menos cinco dias de férias. Contente?
Radiante, joão gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou ao trabalho.
Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do subúrbio.
Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se a um sanduíche. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia necessidade de muita roupa. Eliminara certas despesas inúteis, lavadeira, pensão.
Chegava em casa às onze da noite, levantava-se às três da madrugada. Esfarelava-se num trem e dois ônibus para garantir meia hora de antecedência. A vida foi passando, com novos prêmios.
Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo acomodara-se à fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.
O corpo era um monte de rugas sorridentes.
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia:
— Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.
O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:
— Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha aposentadoria.
O chefe não compreendeu:
— Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor ainda está forte. Que acha?
A emoção impediu qualquer resposta.
joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento.
João transformou-se num arquivo de metal.

quarta-feira, setembro 09, 2009

グラウンドゼロ ~



Segundo os cálculos de Amino, hoje, a pequena Alice Umehara chega a casa dos 22.
E seguindo a fonte do mesmo, passados 10 anos dos incidentes na Mansão.

9 do 9 de 2009.

Uma data feliz e triste ao mesmo tempo:
a felicidade do amor que tem ao seu lado
e a grande perda daqueles do seu passado.

Perdoe-me, caro amigo, o descaso que venho tratando seus relatos. Sua história merece uma atenção peculiar. E deseje a adorável menina um dia feliz. Viva o presente, felicite-se - sei que hoje tu és feliz!

sábado, setembro 05, 2009

Cena # 03 – Explicações

O que fora aquilo?
Nem o pobre garoto sabia ou podia explicar...
Eis então o que ocorre: uma velhota os chama da esquina da rua, é Idoméia. Ela pede que eles sigam-na rapidamente. Eles a seguem até a casa da velha/garoto. Ela decide contar o que ocorrera agora pouco - ‘afinal, o tempo já havia chego’ ela diz.
Ela pergunta a Amino se ele conhecia a história de Brazuka –
‘é claro que sim, é meu livro de cabeceira!’ ele diz.
‘Se é assim, creio que deveria saber de algo...’ ela o responde ‘você é Brazuka’
Ele não entendeu. Como assim, ele era Brazuka? É só um livro de histórias...
Ela diz que a história contida no livro é o relato das andanças do passado do paladino. E que toda vez que o equilíbrio das forças – do Bem e do Mal – está ameaçado, o paladino da Justiça desperta. E Amino, é descendente dos primeiros Brazuka – que em tempos imemoriais lutavam ao lado dos anjos – e assim como o pai, ele agora terá de lutar contra as Forças das Trevas.
Amino descobre que o pai fora na realidade um herói!
Idoméia revela que ela – como pertencente da família do garoto (os Sanctus) – é uma Xamã – como a maioria das mulheres Sanctus.
Ela diz que ele se transformara ao segurar o objeto que ele carregava no cordão (em formato de crescente). Ele tinha vários poderes, bastava que ele fosse descobrindo e que os mantivesse em segredo. Especialmente a menina que a tudo ouvia incrédula e desnorteada.
Idoméia o ensinaria a treinar as habilidades que possuía e detectar a presença da ‘anormalidade’.
Ela pára repentinamente de falar e sorri. Ela diz que agora entendia porque ele se transformara mais cedo, havia um desequilíbrio na região perto dali.
O trio sai à rua e segue até onde havia uma casa abandonada. Era de lá que exalava a estranha energia. E o garoto também sentia. Idoméia diz que bastava que ele segurasse o cordão com convicção e se transformaria. Ele concorda e o faz.

quarta-feira, março 28, 2007

Cena # 02 – O despertar

Este é o dia a dia da dupla dinâmica:
Amino apenas faz trajeto casa-escola-casa. A mãe do menino trabalha em um hospital à tarde e só retorna bem tarde da noite, como ele é órfão de pai, ela o deixa aos cuidados de Idoméia - esta senhora era avó do menino. Eles haviam se mudado porque o menino queria conhecer a terra do pai, e também porque a mãe não tolerava mais a família (eles eram contra a união dela com o pai do garoto e a aborreciam por causa disto).
No caso da menina, ela tinha um dia cheio. Ela acorda cedo e vai para colégio. Depois de almoçar em casa, tem aula de caratê e inglês (nas segundas e quartas); aula de natação e de piano (nas terças e quintas) e por último, ela pratica vôlei (nas sextas-feiras, aliás, o dia menos corrido dela).
De noite e nos fins de semana ela tenta se divertir com os pais ou atormentá-los com seu espírito agitado.
E foi numa sexta-feira que a cena anterior se desenvolveu – Anna voltava de sua aula e o encontro ocorreu. O tempo passou e eles tornaram-se amigos.
Hoje, dias após, num Sábado, eles têm o dia livre para se amigarem. Ela o convida para jogar vídeo-game na casa dela, como sempre, e sendo perto da casa dele (na realidade da avó), ele podia ter liberdade para visitá-la.
Eis o que ocorre, o menino sai de casa e desce a rua, mas ao chegar na esquina, ele dobra a esquerda e revê os valentões de sempre. Ele recua, percebendo que sozinho, apanharia. Decide fugir, mas ao invés de correr para casa, escapa na direção contrária a que seguia. Ele é rápido e consegue ganhar distância, mas segue justamente para lugares desertos...
Ele está certo da fuga, até que vê um dos garotos na esquina à sua frente (montado ainda em sua bicicleta) à espera. Ele pára e é cercado. A surra é iminente. Ele ergue as mãos para proteger o rosto, suplicando silenciosamente ajuda e...
Um longo e estranho ruído ressoa. Foi um rugido? Um trovão?
O menino sumira. Em seu lugar estava um rapaz – vestido de maneira singular – com cabelos loiros e olhos azuis. Possuía estranhas tatuagens nos braços e no rosto.
Os ‘rivais’ se entreolham assombrados. O estranho sorri zombeteiro e diz que era hora do ‘retorno’.
A cena mostra Anna. A menina estranha o menino não surgir e irrita-se. Ela se pergunta onde o ‘idiota’ estaria, afinal ele nunca se atrasa.
A cena volta outra vez para a rua e mostra os valentões caídos. De pé, triunfal, está o loiro tatuado.
De repente, seu corpo é envolto por uma luz e ele encolhe, tornando-se Amino. O menino está maravilhado com o que houve, ele vencera aqueles valentões!
Mas como? Tudo o que se lembra foi tentar se proteger e segurar seu cordão enquanto... pedia ajuda para ser salvo!
Segurou outra vez o objeto, que parecia brilhar. Mas nada acontecia. O que tinha feito anteriormente? Olhou ao longe e avistou em uma casa da vizinhança, as horas na velha torre de relógio. Estava atrasado!
Vira-se e finalmente percebe que Anna assiste a cena. Os olhos arregalados e a boca semi-aberta.
Ela apenas diz:
‘O que foi isto?’